Nova Lei: Restrição ao uso de celulares nas escolas já está em vigor

O uso excessivo de celulares por crianças e adolescentes tem levantado preocupações crescentes entre educadores, famílias e especialistas em saúde e desenvolvimento infantil. Diante desse cenário, a Lei nº 15.100/2025 foi sancionada e já está em vigor, estabelecendo regras claras para restringir o uso de celulares nas escolas públicas e privadas de todo o país.

O objetivo da nova legislação é promover um ambiente escolar mais saudável, favorecendo a atenção, a socialização e o aprendizado significativo. A decisão de como aplicar a restrição cabe a cada rede de ensino e instituição escolar, que deverá adaptar as diretrizes às suas realidades até o início do ano letivo.

Índice

  1. Entenda a nova legislação
  2. O papel das escolas na implementação
  3. Recursos e suporte do MEC
  4. Impactos esperados da nova medida
  5. A visão dos especialistas
  6. Transformando o ambiente escolar com equilíbrio digital

1. Entenda a nova legislação

A Lei nº 15.100/2025 não proíbe totalmente os celulares nas escolas, mas impõe restrições ao seu uso durante o horário escolar, incluindo aulas, recreios e intervalos. A utilização do aparelho passa a ser permitida apenas em situações pedagógicas autorizadas pelo professor ou em casos que envolvam acessibilidade, saúde e segurança.

A medida foi criada com base em evidências científicas que mostram os efeitos negativos do uso excessivo de telas na infância e adolescência, como:

  • Diminuição da atenção e do foco durante as atividades escolares
  • Aumento dos índices de ansiedade, irritabilidade e isolamento social
  • Redução da qualidade do sono e prejuízos no rendimento acadêmico

A legislação busca garantir que o ambiente escolar seja um espaço de convivência, desenvolvimento emocional e aprendizagem ativa, limitando a interferência das tecnologias quando usadas sem mediação adequada.

2. O papel das escolas na implementação

Cada escola e rede de ensino tem autonomia para definir as estratégias de aplicação da lei, desde que respeite os princípios estabelecidos pela legislação. Essa autonomia é fundamental para permitir adaptações de acordo com a faixa etária dos alunos, estrutura da escola e realidades regionais.

Entre as ações recomendadas estão:

  • Criação de políticas internas claras sobre o uso de celulares, com regras acessíveis a alunos, professores e famílias
  • Comunicação institucional eficiente, com campanhas de conscientização e reuniões com pais e responsáveis
  • Formação da equipe pedagógica para lidar com situações específicas, como dependência digital e conflitos relacionados à tecnologia
  • Definição de protocolos de exceção, como o uso de celular por alunos com necessidades específicas

As escolas têm papel fundamental na construção de uma cultura de uso consciente da tecnologia, e a implementação da lei pode ser um momento estratégico para fortalecer essa prática.

3. Recursos e suporte do MEC

Para apoiar escolas e redes de ensino, o Ministério da Educação lançou dois guias orientativos:

  • Guia para Redes de Ensino – com diretrizes para elaboração de políticas públicas e apoio institucional à implementação da lei
  • Guia para Escolas – com orientações práticas para a gestão escolar, comunicação com as famílias e condução de ações pedagógicas

Além disso, o MEC oferece:

  • Cursos online gratuitos para professores, voltados à educação digital e ao uso consciente da tecnologia
  • Webinários e materiais informativos para pais, com foco em estratégias para lidar com o uso de telas em casa
  • Futuros programas de apoio psicológico e pedagógico, voltados a escolas que enfrentam casos mais graves de dependência digital entre os alunos

Esses recursos visam garantir que a nova política não seja apenas uma imposição, mas sim uma mudança cultural embasada e acompanhada de formação contínua.

4. Impactos esperados da nova medida

A expectativa é que a aplicação da lei traga benefícios significativos para o cotidiano escolar. Diversas pesquisas já indicam os impactos positivos da redução do uso de celulares nesse contexto:

  • Melhoria no desempenho acadêmico: alunos ficam mais atentos, participativos e engajados
  • Aumento da interação social presencial, com fortalecimento dos vínculos entre colegas e professores
  • Redução de comportamentos de risco, como cyberbullying, distrações durante as aulas e exposição a conteúdos inadequados

Dados de pesquisas recentes reforçam a percepção da população sobre o tema:

  • Segundo o Datafolha (2024), 76% acreditam que o celular atrapalha mais do que ajuda na aprendizagem, e 62% são a favor da proibição
  • Estudo da Nexus mostrou que 86% dos brasileiros apoiam restrições nas escolas, sendo que 54% defendem a proibição total e 32% o uso restrito para fins pedagógicos

Esses dados reforçam a urgência de uma regulação clara e embasada no ambiente escolar.

5. A visão dos especialistas

Especialistas em educação, neurociência e saúde mental apoiam a nova medida, destacando que o problema não está na tecnologia em si, mas no uso inadequado e excessivo dela.

A secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Schweickardt, ressalta:

“A questão está na racionalidade do uso. Queremos otimizar os benefícios e mitigar os danos. Os nossos jovens têm muita dificuldade de concentração, além de uma série de impactos socioemocionais causados pelo mau uso da tecnologia.”

Pesquisadores apontam que o uso não supervisionado de celulares pode afetar áreas do cérebro responsáveis pelo controle inibitório, pela regulação emocional e pela memória de trabalho – todas fundamentais para o processo de aprendizagem e convivência.

Por isso, a restrição vem acompanhada de ações educativas, e não apenas punitivas, promovendo uma cultura digital mais consciente.

No blog da NeuroSaber, você também pode conferir o que Luciana Brites tem a dizer sobre o assunto.

6. Transformando o ambiente escolar com equilíbrio digital

A entrada em vigor da Lei nº 15.100/2025 representa um passo importante rumo a uma escola mais humanizada, focada na convivência, no bem-estar e na aprendizagem de qualidade.

As instituições de ensino agora têm a oportunidade de liderar esse processo de transformação, com o apoio de famílias, educadores e políticas públicas.

A NeuroSaber acredita que decisões como essa fazem parte de um movimento maior pela valorização da infância, pela proteção do desenvolvimento saudável e pela construção de um futuro mais equilibrado e inclusivo.

Que essa seja uma oportunidade de repensar o papel da tecnologia na educação e de fortalecer os laços que realmente importam: o olhar, a escuta e a presença.

FONTE: Ministério da Educação

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