Lu Brites pelo Brasil em São Ludgero/SC: Inclusão sem Barreira e equidade na prática

A passagem de Luciana Brites por São Ludgero, em Santa Catarina, foi mais um capítulo do projeto Lu Brites pelo Brasil, que leva ciência, prática e inspiração para educadores de todo o país. No seminário “Inclusão sem Barreira: Construindo Equidade para Todos”, nossa CEO e especialista apresentou caminhos concretos para transformar a escola em um espaço realmente acessível, acolhedor e orientado por resultados de aprendizagem.

Inclusão sem Barreira: do conceito à sala de aula

O tema da inclusão costuma soar amplo, mas ganha forma quando o foco se volta para o que a escola faz todos os dias. Na palestra, Luciana discutiu como a equidade se constrói com pequenas e consistentes decisões pedagógicas: planejamentos que partem do que os estudantes já sabem, instrução explícita para reduzir carga cognitiva desnecessária, acompanhamento por dados para ajustar as intervenções e uma cultura de altas expectativas com apoios proporcionais às necessidades. Em vez de “adaptar” de última hora, a proposta é desenhar o ensino desde o início pensando na diversidade, algo que dialoga diretamente com o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) e com as respostas por camadas do RTI (Resposta à Intervenção).

Evidências que viram prática: o que fundamenta decisões pedagógicas

Uma escola inclusiva e potente não se apoia em achismos: ela se ancora na Educação Baseada em Evidências (EBE). Luciana destacou pesquisas sobre neurodesenvolvimento, alfabetização, numeracia e autorregulação que ajudam a selecionar métodos com maior probabilidade de sucesso.

Quando a equipe opta por instrução explícita, prática guiada, feedback imediato e revisão espaçada, ela não está “engessando” a aula; está organizando o ensino para liberar recursos cognitivos dos alunos e garantir que todos tenham uma rota de acesso ao currículo. O mesmo vale para o manejo comportamental: estratégias como ensino de habilidades substitutas, reforço diferencial e sinalizações visuais caminham lado a lado com o cuidado socioemocional e a criação de rotinas previsíveis.

Equidade em Língua Portuguesa e Matemática: pilares para o 1º ao 5º ano

No eixo de Língua Portuguesa, a palestra retomou os componentes que sustentam a leitura e a escrita: consciência fonológica, princípio alfabético, decodificação, fluência, vocabulário e compreensão. O investimento progressivo em cada um deles, com atividades curtas e frequentes, permite que crianças em diferentes pontos da jornada avancem juntas, cada uma a seu ritmo. Em Matemática, o foco foi a construção de sentido: do concreto ao simbólico, com problemas contextualizados, linguagem clara, exemplos trabalhados passo a passo e revisões ao longo da semana. Essa combinação aumenta a motivação, reduz frustrações e melhora a transferência para situações do cotidiano escolar.

Barreiras que a escola consegue remover

Ao longo do seminário, foram apresentados exemplos de barreiras comuns e como mitigá‑las. As barreiras de acesso, como instruções longas e abstratas, podem ser substituídas por instruções objetivas, modelagem com pensar em voz alta e uso de exemplos e contraexemplos. Já as barreiras de engajamento, como atividades longas e sem propósito claro, cedem lugar a tarefas com objetivos observáveis, passos graduados e feedbacks rápidos. Para barreiras sensoriais e organizacionais, o uso de apoios visuais, organização do espaço, combinações de sinais e rotinas de transição tornam a sala mais previsível e acolhedora.

Dicas práticas para implementar já

  • Estabeleça rotinas visuais da aula: objetivo do dia, passos, materiais e critério de sucesso.
  • Modele procedimentos de leitura, resolução de problemas e produção de texto com exemplos e contraexemplos antes da prática independente.
  • Aplique checagens rápidas de entendimento (1–3 itens) a cada bloco, ajustando imediatamente a instrução.
  • Utilize prática distribuída: retomadas curtas ao longo da semana consolidam habilidades novas.
  • Crie “estações” com níveis graduados de apoio, permitindo que grupos avancem com autonomia e que o professor circule para intervenções pontuais.
  • Combine sinais simples para transições e silencie gradualmente a mediação, promovendo autorregulação.
  • Documente o progresso com evidências objetivas (amostras de escrita, leituras cronometradas, itens‑âncora de matemática) e comunique aos responsáveis de forma clara e respeitosa.

Gestão pedagógica: como sustentar a mudança

A inclusão efetiva nasce na sala de aula, mas se sustenta na gestão. Luciana destacou a importância de um ciclo de melhoria contínua simples e consistente: definir metas instrucionais claras, apoiar os professores com formação em serviço e mentorias, observar aulas com foco em práticas de alto impacto e revisar dados em encontros curtos e frequentes. Pequenos ganhos acumulados geram uma cultura de sucesso, em que a equipe percebe o efeito das decisões pedagógicas na aprendizagem real dos estudantes.

São Ludgero como inspiração: colaboração que gera pertencimento

O seminário em São Ludgero/SC reforçou como a colaboração entre secretaria de educação, gestores e docentes potencializa os resultados. Quando todos compartilham a mesma linguagem pedagógica, combinam expectativas e alinham instrumentos de monitoramento, as intervenções deixam de ser isoladas e passam a compor uma estratégia sistêmica. O pertencimento cresce, a comunicação com as famílias melhora e a escola se torna, de fato, um espaço em que cada criança encontra apoio para aprender e se desenvolver.

Conclusão: evidências, equidade e ação

“Inclusão sem Barreira” não é um slogan; é um compromisso diário com decisões pedagógicas que tornam o currículo acessível e potente para todos. A passagem de Lu Brites por São Ludgero mostra que, quando ciência e escola se encontram, a equidade sai do papel e entra na rotina. Se você quer continuar acompanhando agendas, bastidores, dicas práticas e formações que conectam evidências à sala de aula, siga o Instagram da NeuroEscola e junte‑se a uma comunidade que transforma a educação todos os dias.

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