Crescimento de 15.000% na desinformação sobre autismo acende alerta vermelho

No cenário educacional e social brasileiro, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um tema de crescente relevância. Dados recentes do Censo Demográfico 2022 do IBGE revelam que 2,4 milhões de brasileiros têm diagnóstico de TEA, representando 1,2% da população.

Esse número expressivo ressalta a necessidade urgente de compreendermos as realidades e desafios enfrentados por essas pessoas e suas famílias. No entanto, paralelamente ao aumento do conhecimento sobre o autismo, assistimos a um crescimento alarmante da desinformação, que se espalha rapidamente e representa um sério obstáculo para a inclusão eficaz e o bem-estar da comunidade autista.

Índice

  • A Escalada da Desinformação no Brasil: Dados Alarmantes
  • O Ciclo Perigoso das Fake News e Seus Impactos Reais
  • Por que o Brasil se Tornou um Epicentro de Desinformação?
  • NeuroSaber: Conhecimento Baseado em Evidências como Escudo contra a Desinformação
  • O Papel Crucial dos Líderes Municipais e Educadores
  • Construindo uma Educação Baseada em Ciência e Empatia
  • Conclusão: A Responsabilidade Coletiva em Defender a Verdade Fonte

A Escalada da Desinformação no Brasil: Dados Alarmantes

Um estudo inédito do Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da FGV, em parceria com a Associação Autistas Brasil, analisou milhões de mensagens em comunidades online e revelou dados chocantes: a desinformação sobre o autismo cresceu impressionantes 15.000% entre 2019 e 2024. Mais preocupante ainda é o fato de que 46% desse conteúdo enganoso foi gerado ou compartilhado em comunidades brasileiras, posicionando o país como o maior epicentro de desinformação sobre TEA na América Latina.

Esses números acendem um alerta urgente e exigem uma resposta coordenada de todos os setores da sociedade, especialmente dos responsáveis pela educação e bem-estar em nível municipal.

O Ciclo Perigoso das Fake News e Seus Impactos Reais

É fundamental compreender que a desinformação sobre autismo não é inofensiva. Ela se propaga de forma insidiosa, minando a confiança em abordagens baseadas em evidências e seduzindo famílias e profissionais com promessas falsas de “curas milagrosas”. Dietas restritivas extremas, uso de substâncias sem respaldo científico (como o perigoso MMS, que é tóxico) e terapias não regulamentadas são apenas alguns exemplos das práticas perigosas disseminadas por essas fake news. Como aponta o especialista em inclusão, Professor Nilson Sampaio:

“A ideia de que o autismo é algo a ser eliminado ou corrigido alimenta práticas violentas, desde internações forçadas até o uso de substâncias como MMS (clorito de sódio), que é altamente tóxico”.

Além dos riscos diretos à saúde e segurança, a desinformação prejudica a luta pela inclusão e pelo respeito à neurodiversidade. Narrativas infundadas que associam autismo a vacinas, negligência parental ou influências tecnológicas distorcem o entendimento público, reforçam o estigma social e criam barreiras adicionais para que pessoas autistas tenham acesso a um ambiente acolhedor e propício ao seu desenvolvimento.

Por que o Brasil se Tornou um Epicentro de Desinformação?

O estudo da FGV/Autistas Brasil aponta para uma combinação de fatores que tornam o cenário brasileiro particularmente vulnerável à desinformação sobre o autismo. O alto uso de redes sociais e aplicativos de mensagens cria um terreno fértil para a rápida disseminação de conteúdos.

A isso se soma um déficit em políticas públicas de saúde digital, a dificuldade de acesso a diagnósticos precoces e a tratamentos adequados baseados em evidências científicas, e uma cultura de desconfiança em relação à ciência.

A falta de apoio estrutural do Estado, especialmente para famílias que recebem um diagnóstico de autismo, leva muitas delas a buscarem alternativas por conta própria em ambientes digitais, onde se tornam presas fáceis de promessas enganosas. Grupos online e perfis com grande alcance frequentemente misturam conteúdos com aparência científica e pseudociência, utilizando linguagem emocional e a promessa de soluções rápidas, muitas vezes com fins de exploração financeira (venda de cursos, terapias e suplementos ineficazes).

O Papel Crucial dos Líderes Municipais e Educadores

Diante desse cenário, os líderes municipais, Secretários de Educação e educadores em geral possuem um papel fundamental e urgente no combate à desinformação. São eles que estão mais próximos das escolas, das famílias e das comunidades, e têm a capacidade de se tornarem vetores de informação confiável e de apoio baseado em ciência.

Para a NeuroSaber, que defende uma educação pautada em evidências neurocientíficas, é inadmissível que abordagens baseadas em “achismo” ou promessas falsas prejudiquem o desenvolvimento de crianças e o bem-estar de famílias.

É responsabilidade dos gestores garantir que os profissionais de educação tenham acesso à formação de qualidade, baseada no que a ciência demonstra ser eficaz, e que as famílias em suas comunidades sejam orientadas para fontes seguras de informação e para serviços de saúde e educação que realmente funcionem.

Construindo uma Educação Baseada em Ciência e Empatia

Combater a desinformação sobre autismo passa inevitavelmente por investir em conhecimento e em práticas baseadas em evidências. Isso significa:

  1. Promover a Alfabetização Científica e Midiática: Capacitar educadores, famílias e a comunidade para identificar e desconfiar de informações falsas, buscando sempre fontes confiáveis e validadas por profissionais qualificados.
  2. Garantir Acesso a Diagnósticos e Intervenções Precoces: Investir em serviços de saúde e educação que ofereçam diagnóstico e intervenção precoces para o TEA, baseados nas melhores práticas clínicas e científicas. A falta de acesso empurra famílias para a vulnerabilidade.
  3. Capacitação Contínua de Profissionais: Oferecer formação de qualidade para professores e gestores, equipando-os com o conhecimento necessário para entender o autismo, suas particularidades e as estratégias pedagógicas mais eficazes, conforme defendido e praticado pela NeuroSaber. Isso inclui a compreensão dos níveis de suporte (DSM-5) e a superação da ideia de “cada criança no seu tempo” em favor de abordagens que garantam o desenvolvimento de todas.
  4. Fiscalização e Regulamentação: Apoiar esforços para fiscalizar e regular a publicidade e oferta de “terapias” e substâncias sem comprovação científica, protegendo a população de explorações financeiras e riscos à saúde.
  5. Valorizar e Ouvir as Vozes Autistas: Incluir pessoas autistas e suas famílias nas discussões e decisões que lhes afetam, garantindo que suas experiências e perspectivas sejam consideradas na construção de uma sociedade mais inclusiva.

Não se trata de cercear a liberdade de expressão, mas de proteger vidas e garantir que decisões sobre saúde e educação sejam tomadas com base em informações seguras e confiáveis.

NeuroSaber: Conhecimento Baseado em Evidências como Escudo contra a Desinformação

Diante desse cenário alarmante de desinformação, a NeuroSaber atua ativamente como um ecossistema educacional comprometido em fornecer conhecimento preciso e confiável, combatendo diretamente as narrativas falsas que prejudicam a comunidade autista. Nossa principal ferramenta é a disseminação de informações baseadas em evidências neurocientíficas, transformando o que é complexo em conhecimento prático e aplicável.

Por meio de nossos cursos, formações, livros e conteúdos online, levamos aos educadores, profissionais e famílias o saber científico validado, desmistificando mitos como a ideia de “curas milagrosas” ou a categorização equivocada do autismo em “leve” ou “severo” (enfatizamos os níveis de suporte do DSM-5 e a individualidade dentro do espectro).

Defendemos que a educação deve ser baseada em evidências, não em achismo, e é por isso que todo o nosso conteúdo é rigorosamente fundamentado. Capacitamos professores para que se sintam seguros em aplicar metodologias eficazes no “chão da sala de aula”, baseadas na ciência, e para que possam se tornar fontes confiáveis de informação em suas comunidades, orientando famílias a buscarem o suporte correto e validado.

Ao entregar teoria com prática e focar em resultados reais na aprendizagem, a NeuroSaber oferece uma alternativa concreta e segura às promessas vazias da desinformação, agindo com a empatia e a generosidade que nos caracterizam para transformar a educação do Brasil e garantir o desenvolvimento de todas as crianças.

Conclusão: A Responsabilidade Coletiva em Defender a Verdade

O alarmante crescimento da desinformação sobre autismo no Brasil exige uma resposta imediata e unificada. Líderes municipais e educadores estão em uma posição estratégica para serem agentes de mudança, disseminando conhecimento baseado em ciência e construindo redes de apoio confiáveis em suas comunidades. Investir em formação de qualidade, como a oferecida pela NeuroSaber, e promover o acesso à informação segura são passos fundamentais para combater as fake news e garantir que as pessoas com autismo e suas famílias recebam o suporte que merecem, baseado na verdade, na ciência e na empatia.

É uma responsabilidade coletiva defender a dignidade, a autonomia e o potencial de cada indivíduo no espectro.

Fonte:

  • Redação. Desinformação sobre autismo cresce 15.000% e acende alerta no Dia do Orgulho Autista. (Artigo consultado em 18/06/2025). Baseado em estudo do Laboratório de Estudos sobre Desordem Informacional e Políticas Públicas da FGV em parceria com a Associação Autistas Brasil.

Compartilhe:

Conheça nossas soluções educacionais

Nossas soluções de ensino, baseadas em evidências científicas, auxiliam educadores no ensino da leitura, fonologia, matemática e muito mais. Oferecemos também, formações docentes com conteúdo teórico e prático para o aprimoramento profissional.