Brasil se Prepara para Implementação da CID-11 até 2027

Índice

  1. O que é a CID?
  2. Por que a mudança é importante?
  3. Tradução para o português e colaboração internacional
  4. Principais avanços da CID-11
  5. Impactos na saúde pública e na pesquisa
  6. Próximos passos até 2027
  7. Como a CID-11 beneficiará os profissionais de saúde?

1. O que é a CID?

CID, ou Classificação Internacional de Doenças, é um sistema criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para padronizar a classificação e codificação de doenças, problemas de saúde e condições relacionadas. Ela é usada globalmente por profissionais da saúde, pesquisadores e gestores para facilitar a comunicação, o diagnóstico, o tratamento e a coleta de dados sobre saúde.

Imagine a CID como um grande “dicionário” que organiza todas as doenças e condições de saúde em categorias e códigos. Por exemplo, se um médico diagnostica uma pessoa com diabetes, ele usa um código específico da CID para registrar essa informação. Esse código é o mesmo em qualquer lugar do mundo, o que permite que dados sobre saúde sejam comparados e analisados de forma consistente.

A CID-11, lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, é a versão mais atualizada e começará a ser adotada oficialmente no Brasil em 1º de janeiro de 2027.

2. Por que a mudança é importante?

A atualização para a CID-11 representa um avanço significativo para a saúde no Brasil e no mundo. Essa nova versão traz uma estrutura mais moderna, detalhada e alinhada com as necessidades atuais, o que permite um acompanhamento mais preciso e eficiente da saúde da população.

Com a CID-11, os profissionais de saúde terão acesso a códigos mais específicos e atualizados, facilitando o diagnóstico de doenças e condições de saúde. Isso é especialmente importante para transtornos que ganharam maior visibilidade nos últimos anos, como o burnout (síndrome relacionada ao estresse no trabalho) e transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a dislexia.

Além disso, a CID-11 contribui para o planejamento de políticas públicas mais eficazes. Com dados mais precisos e padronizados, gestores poderão identificar tendências, priorizar ações de prevenção e alocar recursos de forma mais estratégica. Por exemplo, se uma região apresenta um aumento nos casos de doenças crônicas, como diabetes ou hipertensão, será possível direcionar campanhas de conscientização e tratamentos específicos para aquela área.

Outro ponto importante é o impacto na pesquisa e na inovação em saúde. A CID-11 facilita a coleta e a análise de dados em nível global, permitindo que pesquisadores identifiquem padrões, desenvolvam novos tratamentos e aprimorem práticas médicas.

3. Tradução para o português e colaboração internacional

A implementação da CID-11 no Brasil deu um grande passo com a conclusão da tradução do documento para o português. Esse trabalho foi realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), garantindo que o conteúdo fosse adaptado com precisão e clareza para a realidade brasileira.

A tradução contou com a colaboração de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos, odontologistas e outros profissionais de saúde. Essa diversidade de especialistas foi fundamental para assegurar que os termos técnicos fossem traduzidos de forma correta e acessível, facilitando o uso da CID-11 por toda a comunidade médica e acadêmica no país.

Além de tornar o documento mais acessível, essa iniciativa reforçou a colaboração internacional e o compromisso do Brasil com os padrões globais de saúde. A tradução para o português também está disponível na plataforma oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que permite que outros países de língua portuguesa se beneficiem desse trabalho.

Essa conquista não só facilita a adoção da CID-11 no Brasil, mas também fortalece a troca de conhecimentos e práticas entre profissionais de saúde de diferentes países, promovendo uma saúde mais integrada e eficiente em nível global.

4. Principais avanços da CID-11

A CID-11 conta com cerca de 17 mil códigos únicos para classificar doenças, lesões e condições de saúde, permitindo a combinação desses códigos para descrever até 1,6 milhão de situações clínicas.

Além disso, a nova versão traz melhorias na categorização de transtornos neurológicos, psiquiátricos e condições associadas à medicina digital, refletindo os avanços da ciência e da tecnologia médica.

CID-11 trouxe uma série de atualizações importantes para modernizar e aprimorar a classificação de doenças e condições de saúde. Essas mudanças refletem os avanços da medicina e as necessidades atuais da saúde global. Aqui estão as principais novidades:

4.1 Inclusão de novas condições de saúde

A CID-11 incorporou várias condições que ganharam destaque nos últimos anos, como:

  • Burnout (esgotamento profissional): Agora reconhecido como uma síndrome relacionada ao estresse crônico no trabalho, o burnout ganhou um código específico, ajudando profissionais de saúde a diagnosticar e tratar o problema de forma mais eficaz.
  • Transtorno do Jogo (vício em jogos eletrônicos): Classificado como um distúrbio relacionado ao comportamento viciante, refletindo preocupações com o uso excessivo de tecnologia.
  • Transtornos relacionados à identidade de gênero: A CID-11 trouxe uma abordagem mais atualizada e inclusiva para questões de gênero, removendo termos ultrapassados e promovendo uma visão mais respeitosa.

4.2 Atualizações em transtornos mentais e comportamentais

A nova versão trouxe critérios mais claros e detalhados para transtornos como:

  • Transtorno do Espectro Autista (TEA): Com uma descrição mais precisa, facilitando o diagnóstico e o acompanhamento de crianças e adultos.
  • Dislexia e outros transtornos de aprendizagem: Ganharam maior destaque, ajudando educadores e profissionais de saúde a identificar e apoiar pessoas com dificuldades específicas.

4.3 Estrutura mais moderna e digital

A CID-11 foi projetada para ser mais compatível com sistemas digitais, permitindo que hospitais e clínicas integrem os códigos diretamente em prontuários eletrônicos. Isso agiliza o registro de informações e facilita a análise de dados em larga escala.

Você pode encontrar a CID-11 aqui.

4.4 Capítulos reorganizados e novos códigos

A nova versão reorganizou alguns capítulos e incluiu cerca de 17 mil códigos únicos, que podem ser combinados para descrever até 1,6 milhão de situações clínicas. Isso permite uma classificação mais precisa e detalhada das doenças e condições de saúde.

4.5 Foco em medicina tradicional e complementar

Pela primeira vez, a CID-11 incluiu um capítulo dedicado à medicina tradicional, reconhecendo práticas como acupuntura e fitoterapia, que são amplamente utilizadas em diversos países.

4.6 Melhorias na classificação de doenças infecciosas

A CID-11 atualizou os critérios para doenças infecciosas, incluindo a COVID-19, que ganhou códigos específicos para diferentes manifestações e complicações da doença.

5. Impactos na saúde pública e na pesquisa

Com a CID-11, o Brasil terá um banco de dados mais preciso sobre doenças e condições de saúde, permitindo:

  • Melhor monitoramento de surtos e epidemias.
    Planejamento mais eficiente de políticas públicas.
    Diagnósticos mais padronizados e precisos.
    Maior integração entre os sistemas de saúde e pesquisa.

A atualização também facilitará a troca de informações entre países, aprimorando estratégias globais de combate a doenças.

6. Próximos passos até 2027

A implementação da CID-11 no Brasil exige modernização dos sistemas de informação e capacitação dos profissionais de saúde.

Nos próximos anos, o Ministério da Saúde irá:

  • Atualizar os bancos de dados e softwares de registro.
    Oferecer treinamentos para médicos, enfermeiros e outros profissionais.
    Ampliar a conscientização sobre a importância da nova classificação.

7. Como a CID-11 beneficiará os profissionais de saúde?

A adoção da CID-11 tornará o trabalho dos profissionais de saúde mais eficiente, pois:

  • Reduzirá ambiguidades nos diagnósticos.
    Permitirá uma comunicação mais clara entre especialidades médicas.
    Ajudará na formulação de tratamentos mais eficazes.
    Fomentará pesquisas baseadas em dados mais organizados.

Conclusão

O Brasil está dando um grande passo ao modernizar sua classificação de doenças, preparando-se para os desafios da saúde no futuro. Com a implementação da CID-11 até 2027, espera-se um avanço significativo na qualidade dos diagnósticos, tratamentos e políticas de saúde. Essa transição não só beneficiará médicos e pesquisadores, mas toda a população, garantindo um sistema de saúde mais eficiente e alinhado com os padrões internacionais.

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FONTES:

Organização Pan-americana de Saúde
Organização Mundial de Saúde

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