Índice
- O que é a CID?
- Por que a mudança é importante?
- Tradução para o português e colaboração internacional
- Principais avanços da CID-11
- Impactos na saúde pública e na pesquisa
- Próximos passos até 2027
- Como a CID-11 beneficiará os profissionais de saúde?
1. O que é a CID?
A CID, ou Classificação Internacional de Doenças, é um sistema criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para padronizar a classificação e codificação de doenças, problemas de saúde e condições relacionadas. Ela é usada globalmente por profissionais da saúde, pesquisadores e gestores para facilitar a comunicação, o diagnóstico, o tratamento e a coleta de dados sobre saúde.
Imagine a CID como um grande “dicionário” que organiza todas as doenças e condições de saúde em categorias e códigos. Por exemplo, se um médico diagnostica uma pessoa com diabetes, ele usa um código específico da CID para registrar essa informação. Esse código é o mesmo em qualquer lugar do mundo, o que permite que dados sobre saúde sejam comparados e analisados de forma consistente.
A CID-11, lançada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022, é a versão mais atualizada e começará a ser adotada oficialmente no Brasil em 1º de janeiro de 2027.
2. Por que a mudança é importante?
A atualização para a CID-11 representa um avanço significativo para a saúde no Brasil e no mundo. Essa nova versão traz uma estrutura mais moderna, detalhada e alinhada com as necessidades atuais, o que permite um acompanhamento mais preciso e eficiente da saúde da população.
Com a CID-11, os profissionais de saúde terão acesso a códigos mais específicos e atualizados, facilitando o diagnóstico de doenças e condições de saúde. Isso é especialmente importante para transtornos que ganharam maior visibilidade nos últimos anos, como o burnout (síndrome relacionada ao estresse no trabalho) e transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a dislexia.
Além disso, a CID-11 contribui para o planejamento de políticas públicas mais eficazes. Com dados mais precisos e padronizados, gestores poderão identificar tendências, priorizar ações de prevenção e alocar recursos de forma mais estratégica. Por exemplo, se uma região apresenta um aumento nos casos de doenças crônicas, como diabetes ou hipertensão, será possível direcionar campanhas de conscientização e tratamentos específicos para aquela área.
Outro ponto importante é o impacto na pesquisa e na inovação em saúde. A CID-11 facilita a coleta e a análise de dados em nível global, permitindo que pesquisadores identifiquem padrões, desenvolvam novos tratamentos e aprimorem práticas médicas.
3. Tradução para o português e colaboração internacional
A implementação da CID-11 no Brasil deu um grande passo com a conclusão da tradução do documento para o português. Esse trabalho foi realizado pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), garantindo que o conteúdo fosse adaptado com precisão e clareza para a realidade brasileira.
A tradução contou com a colaboração de uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos, odontologistas e outros profissionais de saúde. Essa diversidade de especialistas foi fundamental para assegurar que os termos técnicos fossem traduzidos de forma correta e acessível, facilitando o uso da CID-11 por toda a comunidade médica e acadêmica no país.
Além de tornar o documento mais acessível, essa iniciativa reforçou a colaboração internacional e o compromisso do Brasil com os padrões globais de saúde. A tradução para o português também está disponível na plataforma oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS), o que permite que outros países de língua portuguesa se beneficiem desse trabalho.
Essa conquista não só facilita a adoção da CID-11 no Brasil, mas também fortalece a troca de conhecimentos e práticas entre profissionais de saúde de diferentes países, promovendo uma saúde mais integrada e eficiente em nível global.
4. Principais avanços da CID-11
A CID-11 conta com cerca de 17 mil códigos únicos para classificar doenças, lesões e condições de saúde, permitindo a combinação desses códigos para descrever até 1,6 milhão de situações clínicas.
Além disso, a nova versão traz melhorias na categorização de transtornos neurológicos, psiquiátricos e condições associadas à medicina digital, refletindo os avanços da ciência e da tecnologia médica.
A CID-11 trouxe uma série de atualizações importantes para modernizar e aprimorar a classificação de doenças e condições de saúde. Essas mudanças refletem os avanços da medicina e as necessidades atuais da saúde global. Aqui estão as principais novidades:
4.1 Inclusão de novas condições de saúde
A CID-11 incorporou várias condições que ganharam destaque nos últimos anos, como:
- Burnout (esgotamento profissional): Agora reconhecido como uma síndrome relacionada ao estresse crônico no trabalho, o burnout ganhou um código específico, ajudando profissionais de saúde a diagnosticar e tratar o problema de forma mais eficaz.
- Transtorno do Jogo (vício em jogos eletrônicos): Classificado como um distúrbio relacionado ao comportamento viciante, refletindo preocupações com o uso excessivo de tecnologia.
- Transtornos relacionados à identidade de gênero: A CID-11 trouxe uma abordagem mais atualizada e inclusiva para questões de gênero, removendo termos ultrapassados e promovendo uma visão mais respeitosa.
4.2 Atualizações em transtornos mentais e comportamentais
A nova versão trouxe critérios mais claros e detalhados para transtornos como:
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): Com uma descrição mais precisa, facilitando o diagnóstico e o acompanhamento de crianças e adultos.
- Dislexia e outros transtornos de aprendizagem: Ganharam maior destaque, ajudando educadores e profissionais de saúde a identificar e apoiar pessoas com dificuldades específicas.
4.3 Estrutura mais moderna e digital
A CID-11 foi projetada para ser mais compatível com sistemas digitais, permitindo que hospitais e clínicas integrem os códigos diretamente em prontuários eletrônicos. Isso agiliza o registro de informações e facilita a análise de dados em larga escala.
Você pode encontrar a CID-11 aqui.
4.4 Capítulos reorganizados e novos códigos
A nova versão reorganizou alguns capítulos e incluiu cerca de 17 mil códigos únicos, que podem ser combinados para descrever até 1,6 milhão de situações clínicas. Isso permite uma classificação mais precisa e detalhada das doenças e condições de saúde.
4.5 Foco em medicina tradicional e complementar
Pela primeira vez, a CID-11 incluiu um capítulo dedicado à medicina tradicional, reconhecendo práticas como acupuntura e fitoterapia, que são amplamente utilizadas em diversos países.
4.6 Melhorias na classificação de doenças infecciosas
A CID-11 atualizou os critérios para doenças infecciosas, incluindo a COVID-19, que ganhou códigos específicos para diferentes manifestações e complicações da doença.
5. Impactos na saúde pública e na pesquisa
Com a CID-11, o Brasil terá um banco de dados mais preciso sobre doenças e condições de saúde, permitindo:
- Melhor monitoramento de surtos e epidemias.
Planejamento mais eficiente de políticas públicas.
Diagnósticos mais padronizados e precisos.
Maior integração entre os sistemas de saúde e pesquisa.
A atualização também facilitará a troca de informações entre países, aprimorando estratégias globais de combate a doenças.
6. Próximos passos até 2027
A implementação da CID-11 no Brasil exige modernização dos sistemas de informação e capacitação dos profissionais de saúde.
Nos próximos anos, o Ministério da Saúde irá:
- Atualizar os bancos de dados e softwares de registro.
Oferecer treinamentos para médicos, enfermeiros e outros profissionais.
Ampliar a conscientização sobre a importância da nova classificação.
7. Como a CID-11 beneficiará os profissionais de saúde?
A adoção da CID-11 tornará o trabalho dos profissionais de saúde mais eficiente, pois:
- Reduzirá ambiguidades nos diagnósticos.
Permitirá uma comunicação mais clara entre especialidades médicas.
Ajudará na formulação de tratamentos mais eficazes.
Fomentará pesquisas baseadas em dados mais organizados.
Conclusão
O Brasil está dando um grande passo ao modernizar sua classificação de doenças, preparando-se para os desafios da saúde no futuro. Com a implementação da CID-11 até 2027, espera-se um avanço significativo na qualidade dos diagnósticos, tratamentos e políticas de saúde. Essa transição não só beneficiará médicos e pesquisadores, mas toda a população, garantindo um sistema de saúde mais eficiente e alinhado com os padrões internacionais.
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FONTES:
Organização Pan-americana de Saúde
Organização Mundial de Saúde